2022 – jul / ago / set

A cidade das Tecedeiras, de Carla Rebelo

Inauguração dia 3 de Setembro / até 29 de Outubro

Curadoria de Sofia Ponte

A exposição da artista Carla Rebelo (Lisboa, 1973) no CAAA terá peças criadas especificamente para este espaço, que seguem uma metodologia recorrente no trabalho da artista, a criação de obras relacionadas com o lugar, neste caso a cidade de Guimarães e muito particularmente a produção têxtil que a caracteriza.
Tendo como referência os conceitos de Memória e Tempo, a artista fez um trabalho de campo em Guimarães de forma a pesquisar o Lugar e a(s) sua(s) história(s). Nesta primeira fase de residência artística, visitou algumas fábricas na zona industrial Têxtil, a Casa da Memória, Citânia de Briteiros, centros de recursos e bibliotecas locais. Nesta pesquisa houve recolha fotográfica, gráfica, escrita, de sons e também de materiais a usar posteriormente nas várias peças a construir.

 

Carla Rebelo, 1973 (Lisboa, Portugal). Vive e trabalha em Lisboa.

Licenciatura em Escultura, FBAUL (2000). Bolsa de criação artística, Fundação Calouste Gulbenkian (2010/11). Residências artísticas em Portugal e no NCCA Kronstadt, São Petersburgo, Rússia (2013); FelipaManuela, Madrid (2012); e em Berlim (2011) e Istambul (2010) – projecto Viagem ao interior das cidades vividas. Expõe colectivamente desde 1999. Exposições individuais a destacar: Geologia de um lugar, Galeria da Casa A. Molder, Lisboa (2022); Segundo o seu próprio tempo, Galeria Diferença, Lisboa (2020); Um momento que se repete continuamente, Galeria Águas Livres 8, Lisboa (2018); Marca de Água, Museu do Dinheiro, Lisboa (2017); Becoming Water, Palácio Marquês de Pombal, Oeiras (2016); Representada na Coleção de Arte Contemporânea do Estado Português; Coleção de Livros de Artista da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian; CAC, Málaga; Luciano Benetton Imago Mundi Collection; Colecção Figueiredo Ribeiro.

Sofia Ponte é atualmente Professora Auxiliar no IADE – Universidade Europeia, em Lisboa. Anteriormente, foi Professora Auxiliar Convidada na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. É membro integrado do Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura (ID+) no grupo Unexpected Media Lab. Obteve o seu doutoramento em Arte e Design na Universidade do Porto. Recebeu uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para realizar a sua investigação, publicada, em 2020, pela Editora Caleidoscópio e a Direção Geral do Património Cultural. Licenciou-se em Artes Plásticas – Escultura pela Universidade do Porto e obteve o seu mestrado em Visual Studies na School of Architecture and Planning do Massachusetts Institute of Technology, EUA. Tem publicado, lecionado e apresentado o seu trabalho artístico e científico em vários contextos nacionais e internacionais, académicos e não académicos.

FolhaSala

Esta exposição foi produzida e financiada pelo CAAA, com o apoio de:

 

 

 

 

 

Ponto de Chegada, de André Rodrigues

32ª edição dos Encontros da Imagem – Festival de Fotografia e Artes Visuais

Inauguração dia 24 de Setembro, 16h / até 30 de Outubro

 

 

 

 

 

Sinopse

Nos últimos anos o litoral alentejano tem sofrido uma transformação profunda. Aliada à desertificação da sua população nativa, que busca a melhoria de condições de vida e de emprego em zonas mais desenvolvidas do país ou no estrangeiro, a instalação desregrada da agricultura intensiva atraiu um fenómeno de imigração em massa de trabalhadores sazonais à região.

Há pouco mais que uma década, os colossos multinacionais de frutos vermelhos descobriram uma Califórnia de baixo custo e produção intensiva. As planícies de seara e destinos turísticos paradisíacos estão a ser engolidos por mares de plástico em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano. Atrair os locais para a agricultura não é tarefa fácil; os baixos salários, a intensa carga física, e o desprestígio social associado ao trabalho agrícola afastaram, talvez definitivamente, a potencial mão de obra local.

Milhares de imigrantes oriundos de países asiáticos, estão a alterar profundamente a demografia do litoral alentejano. Aliada ao ritmo da chegada destes trabalhadores, verificou-se a proliferação do trabalho precário e exploração urbana. Se a maioria não se instala definitivamente, no último ano os pedidos de reagrupamento familiar têm vindo a aumentar. São cada vez mais as famílias que escolhem o litoral Alentejano como ponto de partida para uma nova vida. Numa inversão radical do fenómeno da década de 60, o Alentejo transformou-se de ponto de partida a ponto de chegada.

A dicotomia sócio-cultural e económica da região torna-a única pela sua dimensão, e a realidade da chegada de milhares de jovens estrangeiros todos os anos à região mais envelhecida do país merece uma profunda reflexão.

 

Biografia

Natural de Barcelos, André Rodrigues, iniciou o seu percurso na fotografia de forma autodidata desde a sua adolescência, tentando documentar visualmente as observações ornitológicas em que acompanhava os pais. Nessa altura não imaginava que a fotografia iria ser predominante na sua vida. Licenciou-se em Engenharia Biológica pela Universidade do Minho, mas em 2016 decide abandonar a área e perseguir o sonho do documento visual. Em 2018 terminou o Curso Profissional de Fotografia no IPCI (Porto), profissionalizando-se na área. Desde então trabalha como fotógrafo freelance em diversas áreas colaborando com publicações nas quais se destaca o jornal Público. Frequenta o Master em Fotografia Artística do IPCI, no âmbito do qual desenvolve o projecto “Ponto de Chegada”.

https://andrerodrigues.net

 

  

 

 

 

 

 

PENINSULARES

Inauguração dia 3 de Setembro / até 30 de Outubro

A exposição será o prelúdio dos III Encontros Ibéricos de Arte Têxtil Contemporânea e reunirá o trabalho de Rosa Godinho do lado português e de Aurèlia Muñoz do lado espanhol. Duas artistas com uma longa carreira e amplamente reconhecidas no contexto da arte têxtil contemporânea ibérica e internacional.
Utilizando técnicas ancestrais ligadas aos têxteis como a construção de planos têxteis através de nós e tecelagem de tapeçarias, as suas obras expandem o âmbito tradicional da escultura e estabelecem um diálogo a partir do contemporâneo.

The exhibition will be the prelude to the III Iberian Encounters of Contemporary Textile Art and will bring together the work of Rosa Godinho on the Portuguese side and Aurèlia Muñoz on the Spanish side. Two artists with a long career and widely recognized in the context of contemporary Iberian and international textile art.
Using ancestral techniques linked to textiles such as the construction of textile planes through knots and weaving tapestries, their works expand the traditional scope of sculpture and establish a dialogue from the contemporary.

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DEEP SOUTH


2 de Setembro 21h30

entrada livre

Deep South é um projecto musical e performático entre os músicos e artistas visuais Jorge Quintela e Davide Luciani. A sua música explora os campos da electrónica bruta, bem como a composição eletroacústica harmónica e textural. O seu som pode ser descrito como uma onda de vozes interpoladas, na qual o time stretching, feedbacks, sobreposição de harmonias e uma formulação rítmica assimétrica criam uma densa experiência sonora. A sua performance musical é informada por polirritmias, quietude, caos onde géneros e suportes se misturam e sua origem se perde.

Com sede entre Berlim (DE) e Porto (PT) eles formaram-se em 2020. O Deep South está actualmente a finalizar o para lançar seu primeiro disco em 2022 e apresentar seu projeto a um público mais amplo através de performances ao vivo, instalações e peças audiovisuais.

 

Deep South is a music and performative project between electronic musicians and visual artists Davide Luciani and Jorge Quintela. They music explore the fields of raw electronics as well as harmonic and textural electro acoustic composition. Their sound can be describe as a wave of interpolated voices, in which time stretching, feedbacks, layered harmonies and crumbling drumming participate to a dense sonic experience. Their output is informed by polyrhythms, stillness, hecticness and a music where genres and media are mixed and their origin lost.

Based between Berlin (DE) and Porto (PT) they formed in 2020. Deep South is currently working to release their first record in 2022 and to present their project to a broader audience through live performances, installations and audiovisual pieces.