2021 – abr / mai / jun
CONTEMPLATING TREES OUTSIDE FROM INSIDE THE ACADEMY
. Activação ao vivo da peça (In) a Landscape, por Bernardo Areias.
. Pergaminho I Performance de Tales Frey com a participação de Hilda de Paulo.
. Piche Lançamento de Livro + K7 . Apresentação em Concerto com Pedro Bastos e Jorge Quintela.
“Trees Outside the Academy” tenta de certo modo referenciar uma das estruturas históricas mais emblemáticas de práticas artísticas colectivas, criada na cidade de Nova Iorque, a Fluxhouse do Nº 80 Wooster Street, a primeira cooperativa de artistas iniciadas por George Maciunas, estrutura que funcionava como um foco atractor da vanguarda artística dos anos 60, onde estava localizada a Cinemateca de Jonas Mekas, e um espaço que albergava happenings, film screenings, dança, teatro, performances, concertos e exposições. Centenas de artistas tais como Trisha Brown, Richard Foreman, Allen Ginsberg, Philip Glass, John Lennon, Hermann Nitsch, Yoko Ono, Nam June Paik, and Andy Warhol mostraram o seu trabalho dentro ou em torno do edifício. Em 1967 George Maciunas plantou ilegalmente à porta do edifício duas árvores (Ailanthus) que se mantiveram durante 46 anos até terem sido cortadas em 2013. Estas árvores acompanharam a evolução de certas práticas artísticas experimentais e a ascenção e “queda” de uma zona industrial degradada da cidade de Nova Iorque que nasce com os artistas e que depois os expulsa convenientemente.
CAAA | ricardo bastos areias | maria luís neiva | pedro bastos | eduardo brito | joana gama | carlos lobo | anelise delazzeri | tania dinis | délia carvalho | oscar malta | ludgero almeida | aleksandra kalisz | priscilla davanzo | luize gulbe | | BANDO À PARTE | rodrigo areias | susana abreu | jorge quintela | | ÚTERO | miguel moreira | maria fonseca | | ATELIER DA MADROA | igor gonçalves | andré pinto | josé teibão | luís canário rocha | | UNSAFE SPACE GARDEN | nuno duarte | alexandra Saldanha | diogo costa | filipe louro | | Ó DA CASA | pedro ferreira | pepe garcia | | SOL PELE | filipa araújo | max fernandes | | CIA EXCESSOS | tales frey | hilda de paulo | | DANIEL MOREIRA E RITA CASTRO NEVES | | LEMOS + LEHMANN | pat lemos | lukas lehmann
Com o apoio:
It´s okay to be not okay
Exposição de Luize Gulbe
Abertura 15 de Maio / até 29 de Maio
A Luize é uma jovem artista que veio para o CAAA num programa Erasmus+ durante 9 meses, onde desenvolveu o trabalho que apresenta nesta exposição.
I have been here for almost eight months and during my stay I have experienced a lot. When I got here I was used to being around my friends, family and my partner, but then I realized that I am alone and I have to deal with difficulties on my own. I had to become my best friend and to truly discover what it is like to be me.
Due to the pandemic situation in Portugal I had a lot of free time, my hobbies became my work and I decided to challenge myself and to learn watercolour painting. Painting with watercolour was something otherworldly, I have always thought that it is one of the most difficult ways of painting, it requires different approach and even different emotional state, because every stroke, every colour and every proportion has to look fluent and precise at the same time. To take it even further I decided to do watercolour portraits.
Working here at the CAAA I have learned and discovered a couple of things. One and the most important for me is the discovery that artists are human beings. Previously, in Latvia, I was anxious around famous artists or poets, because everyone knew them and of course I wanted to also look good from their point of view. When I got here, to be honest, I didn’t know any of the artists or people in general, so I was myself and didn’t pretend to look better or different.
The exhibition “It’s okay to be not okay” focuses on the process of being. Whenever I couldn’t get it together I would tell this sentence to myself, I would try to accept that it is normal to feel bad and that it will pass. Before all of this, I knew that theoretically, but here I truly experienced not being okay at some points and accepting that. That is why I have exhibited all of the watercolour works I have created here. I show you the ones that I love and the ones that I would love to get rid of, so you could see the process of being okay and not okay.
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Estou aqui há quase oito meses e durante esta minha estadia já experienciei muita coisa. Quando cá cheguei, estava habituada a estar rodeada de amigos, com a minha família, o meu parceiro, mas percebi que aqui estou sem companhia e tenho que lidar com as minhas dificuldades sozinha. Tive que me tornar a minha melhor amiga e descobrir quem sou realmente.
Devido à situação pandémica em Portugal, tive muito tempo livre. Os meus passatempos tornaram-se o meu trabalho e decidi desafiar-me e aprender a pintar com aguarela. Pintar com aguarela era para mim algo transcendental, uma das maneiras mais difíceis de pintar, que requer uma abordagem diferente e até um estado emocional diferente, pois cada pincelada, cada cor e proporção tem que ser fluído e preciso ao mesmo tempo. Levando o desafio mais longe, decidi fazer retratos a aguarela.
Trabalhando aqui no CAAA, aprendi e descobri algumas coisas. Uma, e a mais importante para mim, é que os artistas são seres humanos. Antes, na Letónia, sentia-me ansiosa quando estava com artistas e poetas famosos, pois eram conhecidos e eu queria causar-lhes boa impressão. Quando cá cheguei não conhecia nenhum dos artistas ou outras pessoas, então pude ser eu mesma, sem ter de parecer melhor ou diferente.
Esta exposição “It’s okay to be not okay” (É ok não estar ok) é sobre o processo do ser. Sempre que eu não conseguia concretizar algo, repetia esta frase para mim, tentando aceitar que é normal nos sentirmos mal e que tudo passa. Antes de tudo isto, esta ideia era apenas um conceito, mas aqui eu realmente experienciei não estar bem, aceitando. É por essa razão que decidi mostrar todas as aguarelas que pintei. Mostro as que adoro e as que gostaria de descartar, para que possam ver o processo de estar ok e não ok.
A EAAD receberá, de 26 a 20 de abril, Susana Mendes Silva que irá coordenar o Laboratório sobre práticas performativas dirigido aos estudantes finalistas da Licenciatura em Artes Visuais (3º ano).
Este Laboratório, com um carácter exploratório e experimental, incluirá ainda uma ação e uma performance, em formato “Laboratório Vivo” aberto ao público, a acontecer no dia 28 de abril, no CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães. Nessa ocasião, sobrepondo camadas de significado às coleções e exposições do museu, o grupo de estudantes ativará dois trabalhos de Susana Mendes Silva: “Voice-over” (2019) e “Quando o meu pai trouxe estes panos ainda não me conhecia” (2015-2021). No dia 30 de abril, pelas 18h30, na blackbox do CAAA Centro para os Assuntos da Arte da Arquitetura, será feita a comunicação dos processos e a apresentação dos resultados do laboratório.
Susana Mendes Silva é artista plástica, performer e professora auxiliar no curso de Arquitectura Paisagista na Universidade de Évora. O seu trabalho integra uma componente de investigação, e de prática arquivística, que se traduz em obras cujas referências históricas e políticas se materializam em exposições, ações e performances através dos mais diversos meios de produção. A sua intimidade psicológica ou a sua voz são inúmeras vezes veículos de difusão e receção de mensagens poéticas e políticas que convocam e reativam a memória dos participantes e espectadores.
Mais informações em:
Toledo de Tânia Carvalho e Coisas de Luís Guerra
Abertura a 17 de Abril | até 29 de Maio
Luís Guerra e Tânia Carvalho juntam obras para uma exposição única de desenhos e outras obras visuais que criam individualmente.
Não sendo esse o motivo para exporem juntos, importa dizer que, embora alguns materiais possam ser idênticos, Luís Guerra e Tânia Carvalho imprimem qualidades diferentes no traço assim como no tema dos seus desenhos.
A vontade de expor em conjunto vem da sua vivência e partilha enquanto artistas e pessoas.
Desta forma, cada um cria os seus desenhos sem interferência do outro, para depois serem vistos num mesmo espaço. Comunicando cada um na sua forma individual, e, em conjunto, algo que não se antevia estar lá.
Toledo,
uma extensão do seu trabalho coreográfico pela representacão de lugares da imaginacão impossíveis de concretizar com bailarinos.
Nas suas pecas de danca, assim como nos desenhos desta exposicão, emergem da sua linguagem, monstruosa e onírica, referências ao barroco e ao grotesco. Em “Toledo” as coreografias de corpos que a um primeiro olhar parecem levianas são simultaneamente carnavalescas e macabras, como que retiradas de rituais, de bandas desenhadas ou de livros de terror.
Numa amálgama de corpos que caem, puxam, se agarram, se espalmam, riem ou choram, entre o extravagante e o irracional, Tânia Carvalho cria paisagens e figuras abstratas constituídas por corpos individuais. Os desenhos que a artista concebe são uma continuacão – ou um primeiro gesto – do questionar a condicão humana, a solidão e o seu lugar no mundo.
Adaptado de um texto de John Romão
Tânia Carvalho (1976) nasceu em Viana do Castelo e vive em Lisboa. Como coreógrafa, tem tido presença regular em teatros, festivais e residências artísticas, dentro e fora de Portugal. Fez criações para outras companhias, como o Ballet de l’Opera de Lyon (Xylographie), a Company of Elders, em Londres (I Walk, You Sing), a Companhia Nacional de Bailado (S), a Companhia Paulo Ribeiro (Como é que eu vou fazer isto?), a Companhia de Ballet do Norte (3), Dançando com a Diferença (Doesdicon) e, em 2021, o Ballet National de Marseille. Entre os seus projetos musicais destacam-se Madmud, Idiolecto e dubloc barulin.
Em 2018 realizou Um Saco e uma Pedra – peça de dança para ecrã, o seu primeiro filme. Desde 2014, tem realizado exposições dos seus desenhos, tendo exposto em Lisboa, Guimarães, Viseu, Porto, no Funchal e em Marselha.
Prémio Programa Jovens Criadores 2000, com Inicialmente Previsto, foi também galardoada com o Prémio Melhor Coreografia 2012 da Sociedade Portuguesa de Autores, com Icosahedron.
Coisas
Luís Guerra (Lisboa, 1985). Estudou dança no Conservatório Nacional, coreografia na Fundação Gulbenkian e actualmente frequenta o curso de desenho e pintura no ArCo. Trabalha regularmente como bailarino para diversos criadores, sendo regular a sua aparição em peças de Tânia Carvalho.
Para mais informações sobre o seu trabalho: @luisguerraportfolio no Instagram ou www.portfolioluisguerra.wordpress.com
Com o apoio:
OLHAR
VOLTAR A
OLHAR
Ciclo expositivo de ilustração
Abertura a 17 de Abril | até 29 de Maio
OLHAR VOLTAR A OLHAR procura estabelecer uma relação entre as Sétima e Nona Artes, abrangendo ambos os públicos e enquadra-se na conhecida e natural contaminação entre estas duas artes.
4 autores de ilustração e banda desenhada selecionaram 4 filmes que os influenciaram e deixaram memória no seu imaginário artístico. A partir do filme cada autor produziu 32 pranchas a preto e branco, que deram origem à publicação de livros de bolso, editados pela Associação AO NORTE.
Exposição #1
FEIOS, PORCOS E MAUS, de Ana Biscaia, baseada no filme homónimo de Ettore Scola (ITA, 1976, 111′)
Ana Biscaia – autora
Ana Biscaia nasceu em 1978. Designer gráfica e ilustradora. Estudou ilustração (Master of Fine Arts) em Estocolmo, na Konstfack University College of Arts, Crafts and Design. O seu primeiro livro ilustrado, Negrume (publicado pela &etc., com texto de Amadeu Baptista), data de 2006. Ilustrou Poesia de Luís de Camões para Todos (seleção e organização de José António Gomes), antologia que mereceu, em 2009, uma distinção do júri do Prémio Nacional de Ilustração. Recebeu o Prémio Nacional de Ilustração, em 2012, pelo livro A Cadeira que Queria Ser Sofá, de Clovis Levi.
O seu trabalho para O Carnaval dos Animais, de Rui Caeiro, foi também selecionado pelo júri do prémio TITAN Illustration in Design. Com João Pedro Mésseder, editou, em 2014, o livro Que Luz Estarias a Ler? e, em 2015, Poemas do Conta-Gotas. Fundou a Xerefé, pequena editora de livros ilustrados.
Exposição #2
AO CORAÇÃO DAS TREVAS, de André Coelho, inspirada no filme APOCALYPSE NOW, de Francis Ford Coppola (EUA, 1979, 147′)
André Coelho – autor
[n.1984, Vila Nova de Gaia] tem vindo a desenvolver o seu trabalho como ilustrador no âmbito do Rock, Punk, Metal e música experimental, criando capas de discos, merchandising e cartazes.
Paralelamente faz edições de pouco ou nenhum sucesso através da Latrina do Chifrudo, editora que mantém com Sara Gomes, na qual edita fanzines e discos. Tem vindo a trabalhar regularmente com a Witchcraft Hardware e com a Malignant Records. É membro ativo da banda industrial (a sério!) Sektor 304 e das lesmas do Doom Profan.
Têm participado nas várias antologias da Chili Com Carne com desenho, BD e textos e estreou-se a solo com o livro Terminal Tower. Em 2015 ganhou o concurso “Toma lá 500 paus e faz uma BD!” com o romance gráfico Acedia.
Apoios: Município de Guimarães e Associação AO NORTE