2020 – out / nov / dez

PEQUENO MUNDO

PEQUENO  MUNDO 

16.12.2020 | 19h30

Peça para 2 violoncelos, 1 narrador, 1 bailarina, manipulação sonora, electrónica, vídeo arte

Numa conversa entre uma investigadora e um músico permutam-se interesses, curiosidades e fascínios: onde é que estes dois mundos, aparentemente tão distantes – Ciência e Arte – se cruzam?
E quase sempre é assim: do nada, ou do tudo que nos preenche e rodeia, vislumbram-se vultos no pensamento. E da improbabilidade surge a possibilidade.
Um grupo de criativos, que cruzam diversas linguagens artísticas, em parceria  com o  Centro de Biologia Molecular e Ambiental do Instituto de Ciência e Bio-Sustentabilidade da Universidade do Minho, propõe pegar em objetos de estudo da área da Biologia e usá-los como ponto de partida para a criação artística.
Fungos, invertebrados, folhas em decomposição, água, temperatura, dor, rede alimentar: determinados os elementos de investigação, estes objetos de estudo da ciência, tornar-se-ão elementos de expressão artística, observados sob uma nova perspectiva – o olhar do artista. A partilha de conhecimento, a intercepção de pensamentos, a exploração de diferentes perspectivas em relação ao mesmo elemento provocam um novo conhecimento, uma nova compreensão.
Uma peça musical gráfica, na sua concepção, PEQUENO MUNDO remete-nos para a submersão no micro universo que sustenta o nosso mundo mais tangível.
Num mundo ofuscado pela ostentação, em todas as suas formas, vivemos muitas vezes distraídos e alheios à beleza das pequenas coisas que nos sustentam enquanto seres humanos.
PEQUENO MUNDO é uma tomada de consciência da coexistência, correlação e interdependência entre o micro e o macro.

EQUIPA:

Isabel Rodrigues Fernandes | investigação; consultoria científica

Samuel Martins Coelho | concepção artística; música; manipulação sonora

Nuno Preto | dramaturgia; interpretação

Carina Albuquerque | violoncelo

António Oliveira | violoncelo

Ricardino Lomba | electrónica; manipulação de vídeo em tempo real

Pedro Teixeira | vídeo; fotografia

Residência Artística – Tales Frey

Com foco na criação e concretização das obras que serão apresentadas a partir do dia 09 de janeiro de 2021 no CAAA, Tales Frey tem se dedicado a analisar criticamente os signos basilares que moldam corpos e condutas para conceber a sua mais nova exposição individual, intitulada “Entre a Tensão e o Delírio”.

Neste processo de criação, embora não haja a intenção de apresentar o desenho como linguagem, ele é o canal por onde acontece um raciocínio visual que culmina em performance interfaceada pelo vídeo, em desenho digital, em objetos e em escultura cinética e estática.

Todas as obras geradas para esta exposição são reaproveitamentos de matérias encontradas em lixos urbanos antes do período de residência artística.

 

http://ciaexcessos.com.br/tales-frey/

https://www.vervegaleria.com/talesfrey

 

Tales Frey (Catanduva-SP, 1982) é artista transdisciplinar, vive e trabalha entre o Brasil e Portugal. Realiza obras amparadas tanto pelas artes visuais como cênicas, situadas no cruzamento entre a performance, o vídeo, a fotografia, o objeto, o adorno/indumento e a instrução. O corpo e a performatividade são motes de especulação tanto nas suas criações práticas como nas suas pesquisas acadêmicas. Tem graduação em Artes Cênicas – Direção Teatral pela UFRJ no Brasil, mestrado em Teoria e Crítica da Arte pela Universidade do Porto, doutorado em Estudos Teatrais e Performativos pela Universidade de Coimbra e cursa pós-doutorado em Artes pela Universidade do Minho, sendo convidado para integrar o Grupo de Investigação GIARTES como pesquisador sênior e como professor em algumas disciplinas da licenciatura em Teatro nesta última instituição.

Tem apresentado seus trabalhos em diversos eventos e instituições nacionais e internacionais, como por exemplo, SESC SP, Centro Cultural da Justiça Federal, Casa França-Brasil e Centro Municipal de Arte Helio Oiticica no Rio de Janeiro no Rio de Janeiro, Rivoli, Espaço Mira e Maus Hábitos no Porto, BienalSur em Buenos Aires, Akureyri Art Museum na Islândia, The Performance Arcadeem Wellington e Corner Window Gallery em Auckland na Nova Zelândia, Galeria Labirynt na Polônia, Defibrillator Gallery em Chicago, Galleria Moitre em Turim, Athens Museum Of Queer Arts (AMOQA) em Atenas, Galeria Zsenne em Bruxelas, Galeria Monumental em Lisboa, entre outros.

Seus trabalhos integram permanentemente acervos públicos e privados, dentre eles: Museu da Fundação Serralves, Museu Bienal de Cerveira, Pinacoteca João Nasser, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói), Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) no Brasil e MUNTREF em Buenos Aires.

 

(A)MAR EMOTO

CRIAÇÃO DE HUGO CABRAL MENDES E INÊS GOMES

Hugo Cabral Mendes e Inês Gomes encontram-se em residência artística no CAAA a desenvolver o projecto (A)MAR EMOTO, uma co-produção com o CAAA.

 

Tu,
Pensamento de perda,
Pensamento de força,
Pensamento amoroso,
Pensamento tempestuoso.

Afogas-me de ti sem de mim te lembrares.
E eu, afogo-te a ti por tanto me fazeres pensar.
No teu maremoto encontrarei a sujidade que te limpa.
No teu maremoto encontrarei a raiz que te dá vida.

Dentro de mim estou a ficar sem ar,
Um inconsciente para cantar.
Morrer e voltar a amar Para o meu ser enraizar,
E comigo voltar a pensar.

 

HUGO CABRAL MENDES | DIREÇÃO ARTÍSTICA & INTERPRETAÇÃO

Em 2016 iniciou a sua formação em dança no Projeto Quorum da Academia Quorum Ballet onde trabalhou com Luís Marrafa, Daniel Cardoso, Cláudia Nóvoa, Bruno Duarte, entre outros, e em 2017 entra na Escola Superior de Dança.

Participou como intérprete no projeto Anima dos coreógrafos Tânia Carvalho, Bruno Alexandre, Patrícia Henriques (entre outros), e no workshop de Contact Improvisation com Isabel Valverde. No ano seguinte, frequentou a oficina coreográfica de Rui Lopes Graça e vários workshops, entre os quais, o Gaga com Idan Porges, o floorwork com Piny, Michael de Haan e ainda de Cristina Planas Leitão. Colaborou no projeto P.E.D.R.A , desenvolvido pela Culturgest, com Clara Andermatt e Amélia Bentes (Lisboa) . Mais recentemente participou no Summer Intensive, um workshop onde teve a oportunidade de trabalhar com Rakesh Sukesh, Thi-Mai Nguyen , Luke Jessop, Francisco Cordova , Vitoria de Ferrari , entre outros. Participou também no Kick Off, iniciativa promovida pelos Estúdios Vitor Córdon, onde trabalhou com Roberto Olivan e Hélder Seabra.

Profissionalmente, trabalhou com Raimund Hogheem ‘’Momentos of Young People’’no Teatro Municipal do Porto em 2018, e no Festival Montpellier Danse em 2020. Em 2019 integra em “Num Vale do Aqui”, de Daniel Matos, e em “Pistris o tubarão sou eu?” de Adriana Sá Couto. Ainda em 2020, trabalhou com Rodrigo Teixeira em ‘’Voyage, Voyage’’ e participou num video-dança realizado por Miguel Moreira.

Atualmente é um dos intérpretes de Aldara Bizarro e Fernanda Fragateiro em “A caixa para guardar o vazio” e encontra-se a abrir uma associação cultural com a bailarina Inês Gomes, desenvolvendo a sua primeira criação juntos, e, simultaneamente, a iniciar um projeto ao nível da criação com o ator Tomás Gomes.

INÊS GOMES | DIREÇÃO ARTÍSTICA & INTERPRETAÇÃO

Inês Gomes, natural de Lisboa, inicia a sua formação em dança na Academia de Dança de Lisboa aos 4 anos de idade (2004), passando mais tarde para a formação de bailarinos da escola de dança Dance Spot, onde desenvolve competências técnicas e artísticas de dança Clássica (método Vaganova), Contemporâneo e Jazz (2012-2018), da qual destaca os professores Rita Galo, Ângela Clemente, Rui Reis, Benvindo da Fonseca, Patrícia Henriques, Daniel Cardoso e Gabriel Fratian.

Com 18 anos ingressa no Curso Integral 2018/2020 da FOR Dance Theatre (Formação Olga Roriz) da Companhia Olga Roriz. Ao longo do curso teve a oportunidade de trabalhar com Olga Roriz, Miguel Moreira, Cláudia Dias, Lígia Soares, Bruno Alexandre, Catarina Câmara, Sara Carinhas, Félix Lozano, Vítor Hugo Pontes, Magalie Lanriot, Beatriz Batarda, Rafael Alvarez, Teresia Björk, entre outros.

É através deste curso que é convidada a participar num vídeo-dança de Miguel Moreira, celebrando o Dia Mundial da Dança em tempo de quarentena.

Atualmente, encontra-se a iniciar a Escola Superior de Dança e, simultaneamente, a abrir uma associação cultural com o bailarino Hugo Cabral Mendes, desenvolvendo a sua primeira criação juntos.

 

Vídeo Promocional: https://vimeo.com/393542280

Vídeo Integral (versão curta): https://youtu.be/fwRCe0vJhjs

 

 

VERSOS E AVESSOS, exposição de Ana Cardoso

Após 6 anos, Ana Cardoso regressa ao CAAA com a exposição Versos e Avessos.

Abertura dia 7 de Novembro, até 31 de Dezembro

AS 1001 NOITES, exposição de Tiago Manuel

AS 1001 NOITES
exposição dos desenhos de Tiago Manuel para o filme homónimo de Miguel Gomes
Abertura dia 7 de Novembro, até 31 de Dezembro

Os desenhos foram produzidos entre setembro de 2013 e agosto de 2014 para o site do filme “As 1001 Noites” com produção de O Som e a Fúria. As obras foram criadas a partir dos textos escritos pelos jornalistas Maria José Oliveira, Rita Ferreira e João de Almeida Dias que, durante um ano, percorreram o país de norte a sul e investigaram as notícias saídas na imprensa diária. Dessa investigação resultaram “verdades” escondidas na superficialidade noticiosa dos jornais. Escolhidas as “notícias” do mês, os textos eram enviados para que o autor elaborasse uma “última leitura” – aquela que cada um de nós faz nas entrelinhas, nem sempre coincidente, mas seguramente política e humanizada.
Este processo integrou a produção do filme “As 1001 Noites” assumindo-se como uma estrutura de investigação à sociedade portuguesa e contribuiu para o argumento e processo de pesquisa. Os desenhos e as peças jornalísticas eram divulgados on-line ao longo do processo de rodagem do filme.
As diversas situações retratadas constituem uma análise que contribui para o processo narrativo que a personagem Xerazade descreveu: situações sociais, contextos históricos nacionais e aspetos culturais.

Tiago Manuel
Nasceu em 1955 em Viana do Castelo. Fez a sua formação artística com os mestres Aníbal Alcino e Júlio Resende. A sua obra tem sido apresentada no país e no estrangeiro em instituições e galerias de referência. Foi premiado várias vezes. Algumas exposições individuais: Galeria Abysmo, Lisboa, 2014; “Mishima, Manifesto de Lâminas”, Centro Cultural de Belém, Lisboa, 2008; Galeria Spectrum Sotos, Saragoça, 2008; Galeria Palmira Suso, Lisboa, 2007; Lugar do Desenho, Fundação Júlio Resende, Gondomar, 2002. Algumas colectivas: “Sem Consenso”, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira, 2015; Annual Comic and Cartoon Art Competition, Society of Illustrators, New York (USA), 2014; Arco, Casa da Cerca, Almada, 2008 – Prémio Stuart, Lisboa, 2007, 2006,2004; Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada (Bedeteca de Lisboa / Câmara Municipal de Lisboa), 2004,2002, 2001, 2000. Na qualidade de ilustrador publicou nos jornais Público, Expresso, Jornal de Letras, Letras & Letras, O Diário e Jornal Cultural Postas de Pescada, nas revistas Colóquio/Letras da Fundação Calouste Gulbenkian, Ler-Círculo de Leitores, Cão Celeste, Intervalo, Bestiário e Torpor e nas editoras Âmbar, ASA, Afrontamento, Media Vaca (Valência), Bertrand, Abysmo, entre outras. Últimos trabalhos: “O sangue por um fio”, livro de poesia de Sérgio Godinho, Assírio & Alvim, Lisboa, 2009; 40 desenhos para o site do filme “As 1001 Noites” de Miguel Gomes, 2013/ 2014; cartaz para o filme “Gambozinos” de João Nicolau, Quinzaine des Realizateurs, Cannes, 2013; cartaz para o filme “Ruínas” de Manuel Mozos, Festival IndieLisboa, 2009. Desde 2000 já publicou 10 dos seus 25 heterónimos (19 livros). Em 2008 criou e passou a dirigir a colecção de banda desenhada “O Filme da minha Vida”, editada pela Associação de Produção e Animação Audiovisual AO NORTE, Viana do Castelo.
É desde 2013 o responsável pela direcção artística e organização das exposições temporárias dedicadas aos artistas ilustradores para a Biblioteca Municipal de Viana do Castelo.
É director artístico da BIG – Bienal de Ilustração de Guimarães, um projecto cultural da Câmara Municipal de Guimarães, criado em 2017.