Transparency, Reflection and Colour, de Marisa Ferreira
Inauguração 3 Dezembro, 16h / até 18 Fevereiro 2017
Para a sua primeira exposicao individual em Portugal, Marisa Ferreira apresenta uma nova serie de trabalhos com o objectivo de investigar o lugar da cor na sua prática artística. As obras reflectem sobre a ontologia da pintura e demonstram que tempo, espaço e cor säo fenomenos que ocorrem ao nivel sensorial. Combinando princípios de movimento com teoria da cor, o projecto “Transparency, Reflection and Colour” (2016) analisa assim a participação física e mental do observador, de acordo com a sua experiência e movimento no espaço.
BIO Marisa Ferreira (1983)
Nascida no berço de Portugal, Marisa Ferreira vive e trabalha em Oslo, Noruega, desde 2008. Licenciada em Artes Visuais pela Universidade de Évora desde 2007, concluiu, em 2008, uma pós-graduação em Arte e Design para Espaço Público, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Participa regularmente em exposições coletivas desde 2003, tendo já realizado várias exposições individuais na Noruega e na Alemanha, das quais se destacam Colour + Form (2012), Space, rhythm & movement (2015), na galeria Gann (Noruega) e no Messmer Kunsthalle (Alemanha). Do trabalho da artista destaca-se ainda Rear Window (2015), uma obra site-specific para a fachada da estação central de Oslo.
Marisa Ferreira ganhou vários prémios na Noruega, é actualmente bolseira do Bildende Kunstneres Vederlagsfond e recebeu bolsas de apoio à actividade artìstica pelo governo norueguês em 2011 e 2012. Em 2015, recebeu apoio do Kulturrådet – Arts Council Norway para o projeto Space, Rhythm & Movement, que se encontra ainda em desenvolvimento. A sua obra encontra-se em várias coleções privadas e públicas, um pouco por todo o mundo: Noruega, nomeadamente no Stavanger Kunstmuseum, Alemanha, Espanha, Suíça, França e Portugal.
A obra da artista assenta numa geometrização rígida das formas e numa paleta cromática idiossincrática. A meticulosa composição formal, aliada a superfícies de alumínio zizagueantes que libertam a pintura da condição plana, cria um efeito cortina que, simultaneamente, sugere e anula a percepção de movimento. As obras propostas pela artista permanecem em constante mutação e as interpretações e sensações multiplicam-se pelos infinitos pontos a partir dos quais se pode observar. “O movimento cria um continuum espaço-tempo, que, em primeiro lugar, incorpora directamente na imagem o lugar respectivo do espectador, e em segundo lugar, ultrapassa o encontro visual passivo, por norma, deste com a obra de arte.” Como lembra Borda-Pedreira, “Marisa Ferreira torna-nos conscientes da nossa própria subjectividade, dado que duas pessoas ao verem a mesma pintura ao mesmo tempo podem ter experiências completamente diferentes. Esta implicação social traz o trabalho de Ferreira para fora do mundo puramente científico para a esfera cultural”.