ÁguaAr, de Suzana Queiroga
Inauguração 20 Junho, 16h / Até 9 Agosto
Conversa com a artista e curadores às 17h
Curadores: Paulo Aureliano da Mata e Tales Frey
Das fronteiras geográficas que incorporam a presença da água e do ar, Suzana Queiroga depara-se com ambos elementos a partir da observação de diferentes cartografias, presenciadas através dos voos/performances em seu balão de ar quente Velofluxo ou através de outras formas de pesquisar o fluxo, o tempo e a continuidade presentes na paisagem como algo em constante movimento.
De cima, vemos camadas complexas sobrepostas que se interconectam. Vemos os sistemas de águas como rios, seus afluentes, os oceanos e mares, as correntes e as marés, os sistemas e mapas de ventos, os mapas de voo, as correntes do ar, as nuvens e ainda os códigos gráficos das cidades e das paisagens em geral. Igualmente, podemos contemplar a relação das cartografias com o próprio corpo, com o sistema sanguíneo e com os demais sistemas de circulação, bem como com os nossos corpos em determinadas localidades, habitando e fluindo em diferentes paisagens.
A partir de ÁguaAr de Suzana Queiroga, a paisagem renuncia unicamente a sua colocação como um conceito geográfico para tornar-se uma alegoria complexa e inexaurível da existência humana, relacionando a memória e a materialização da mesma em variáveis suportes artísticos que remetem a ambientes vistos e imaginados.
APRESENTAÇÃO DA ARTISTA SUZANA QUEIROGA
A artista plástica carioca Suzana Queiroga despontou nos anos 80, época em que a exposição “Como vai você, Geração 80?”, apresentada no Rio de Janeiro, em 1984, apresentou a produção de cerca de 100 jovens artistas que modificou significativamente os rumos da arte no Brasil. Queiroga é um dos nomes deste núcleo de artistas juntamente com Daniel Senise, Leda Catunda, Beatriz Milhazes, Delson Uchoa, Nuno Ramos, Cristina Canale, entre tantos outros, que alcançaram representatividade e notoriedade nacional e internacional.
Pinturas, desenhos, esculturas, instalações, vídeos, infláveis e intervenções urbanas são as várias expressões as quais Suzana Queiroga se dedica. Artista inquieta e pesquisadora, seu trabalho se destaca pela inteligência com que articula operações improváveis e radicais e no que se desprende das tradições para se lançar em um campo amplo de possibilidades que permite infinitas configurações. Sua obra, como numa verdadeira rede, articula diferentes meios que se entrecruzam formando um todo poético e contemporâneo.
No universo complexo de pluralidades da arte contemporânea, Suzana Queiroga nos propõe vislumbrar o próprio pensamento. A artista se interessa por vários campos do conhecimento no que se dedica a pesquisas filosóficas e cientificas e aciona diversos elementos e domínios da cultura ao mesmo tempo. Sua obra posiciona-se diante do mundo não para produzir simples contemplação, mas para possibilitar ao espectador a imersão em um campo sensorial profundo e num espaço mental no qual a obra se relaciona com o ser, o tempo e os reverbera. Sua obra se vincula ao pensamento seminal de Hélio Oiticica e Ligia Clark, artistas brasileiros fundamentais para a expansão dos espaços plásticos em direção a realidade, por acrescentarem as vivencias sensoriais à experiência artística.
NOTAS BIOGRÁFICAS
ARTISTA | Suzana Queiroga
Suzana Queiroga reside e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil.
Mestre em Linguagens Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, leciona Pintura e Desenho na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil.
A artista já recebeu cerca de 11 premiações nacionais entre elas, o 5º Prêmio Marcantônio Vilaça /Funarte para aquisição de acervos, em 2012; Prêmio Nacional de Arte Contemporânea/ Funarte, em 2005; a Bolsa RIO ARTE, em 1999; e os X e IX Salões Nacional de Artes Plásticas, entre outros.
Participou de inúmeras coletivas nacionais e internacionais entre elas: “Matérias do Mundo”, projeto “Arte e Indústria”, com curadoria de Marcus de Lontra Costa, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, MAC /USP, São Paulo, Brasil; exposição “Diálogos da Diversidade”, na galeria Matias Brotas Arte Contemporânea, Vitória, Brasil; participação com vídeos no XXX Fuorifestival, Pesaro, Itália; “Bola na Rede”, curadoria de Fernando Cocchiarale, Funarte/Brasília, Brasília, Brasil; “Nova Escultura Brasileira”, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil; “Mapas Invisíveis”, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil; “Innensichten-Aussensichten” na Alpha Nova-Kulturwerkstatt & Galerie Futura, Berlim, Alemanha; “Plasticidades”, Palais de Glace, Buenos Aires, Argentina; “Como está você, Geração 80?”, CCBB/RJ, Rio de Janeiro, Brasil; “Ares & Pensares” Esculturas Infláveis, Sesc Belenzinho, São Paulo, Brasil; entre outras.
Participou de inúmeras exposições individuais entre elas: “Livro do AR”, projeto “O Grande Campo”, Oi Futuro, curadoria de Alberto Saraiva, Rio de Janeiro, Brasil, 2014; “Prelúdio”, Galeria Siniscalco, Nápolis, Itália, 2014; “Olhos d’Água”, MAC/Niterói, projeto contemplado pelo 5º Prêmio Marcantônio Vilaça/Funarte, com curadoria de Luiz Guilherme Vergara, Niterói, Brasil, em 2013; “Sobre Ilhas e Nuvens”, Artur Fidalgo Galeria, Rio de Janeiro, Brasil, 2013; “Semeadura de Nuvens”, Artur Fidalgo Galeria, Rio de Janeiro, Brasil, 2013; “O Grande Azul”, Casa França-Brasil, Rio de Janeiro Brasil, com curadoria de Fernando Cocchiarale, 2012; “Open Studio-Suzana Queiroga”, Akademie der Bildenden Künste Wien, Viena, Áustria, 2012; “Flutuo por Ti”, Anita Schwartz Galeria, Rio de Janeiro, Brasil, 2011; “Velofluxo”, Museu da Chácara do Céu, Rio de Janeiro, Brasil, 2009; “Velofluxo”, CCBB/Brasília (Brasil), com curadoria de Fernando Cocchiarale, 2008; “Pintura em Campo Ativado”, curadoria de Viviane Matesco, SESC Teresópolis, Brasil, 2005; “Velatura”, Instalação Inflável, Galeria 90, Rio de Janeiro, Brasil, 2005; “In Between”, Cavalariças do Parque Lage, Rio de Janeiro, 2004; “Tropeços em Paradoxos”, LGC Arte Hoje, Rio de Janeiro, Brasil, 2003; entre outras.
Bienais: 2015, XVIII Bienal de Cerveira, Vila Nova de Cerveira, Portugal; 2014, 4ª Bienal del Fin del Mundo, com curadoria de Massimo Scaringela, Mar del Plata, Argentina.
Residências artísticas: 2014, artista residente da 4ª Bienal del Fin del Mundo, Espacio Unzué, Mar del Plata, Argentina; 2013, artista residente no Instituto Hilda Hilst, Campinas, Brasil; 2012, artista residente na Akademie der Bildenden Künste Wien, Viena, Áustria.
Publicações: 2013, foi publicado Olhos D’Água/Suzana Queiroga, de Luiz Guilherme Vergara, Rafael Raddi e Paulo Aureliano da Mata, pela Coletiva Projetos Culturais; 2008, foi publicado Velofluxo/Suzana Queiroga, de Fernando Cocchiaralle, pela Editora Metrópolis Produções Culturais; 2008, foi publicado Suzana Queiroga, de Paulo Sérgio Duarte, com entrevistas a Glória Ferreira, pela Editora Contracapa; 2005, foi publicado o livro Suzana Queiroga, de Viviane Matesco, pela Artviva Editora.
CURADOR | Paulo Aureliano da Mata
PAULO AURELIANO DA MATA (Inhumas – GO, Brasil. 1987) é historiador da arte de performance, membro fundador da Cia. Excessos e da eRevista Performatus, organizador e diretor da Mostra Performatus, e performer. Atualmente, é mestrando em Práticas Artísticas Contemporâneas na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em Portugal. Licenciou-se em História da Arte na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Participou das coletivas nacionais e internacionais: XVIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira: “Olhar o passado para construir o futuro” (Vila Nova de Cerveira, Portugal, 2015); Múltiplas Perspectivas e não menos Contradições e Sonhos (I Bienal da Maia: Lugares de Viagem, Maia, Portugal, 2015); Rapid Pulse Festival Performance Art 2015 (Defibrillator Gallery, Chicago, Estados Unidos, 2015); (Tra)vestir um fa(c)to (Espaço MIRA, Porto, Portugal, 2015); Amor Marginal (CAAA – Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura em Guimarães, Portugal, 2015); Beija-me (SESC-Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2015; IV Festival de Formas Poéticas, Estação Cultura, Catanduva, SP, Brasil, 2013); 18º Salão de Artes Plásticas de Catanduva (Estação Cultura, Catanduva, SP, Brasil, 2014); Vitrine de Projetos: Ensaios sobre a Fronteira (Fundação Memorial da América da Latina, São Paulo, SP, Brasil, 2014); ‘Trees Outside the Academy’: Práticas colectivas/ Collective Practices (CAAA – Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura em Guimarães, Portugal, 2014); Orexia (Barracão Maravilha, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2014); Corpo (i)materializado (Mostra Performatus #1, Central Galeria de Arte, São Paulo, SP, Brasil, 2014); Moda e Religiosidade em Registros Corporais (CAAA – Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura em Guimarães, Portugal, 2013; SESC-Campinas e SESC-São José do Rio Preto, SP, Brasil, 2013-14); Dzień Światła 2012 (Galeria Otwarta, Wrocław, Polônia, 2012); entre outras.
Em 2015, com Tales Frey, fez curadoria da exposição ÁguaAr de Suzana Queiroga no CAAA em Guimarães e da exposição Trabalha-dores do Cu no Espaço de Intervenção Cultural Maus Hábitos no Porto, ambas cidades de Portugal. Já em 2014, com Tales Frey, realizou e fez curadoria da MOSTRA PERFORMATUS #1 na Central Galeria de Arte em São Paulo. Também, nesse mesmo ano, com Tales Frey, fez curadoria da exposição Priscilla Davanzo: Lugares da Escrita no CAAA em Guimarães, Portugal. E em 2013, com Tales Frey, fez curadoria da exposição Beija-me na Estação Cultura em Catanduva (SP, Brasil).
Os principais cursos de formação contínua nacionais e internacionais que praticou são: Becoming an Image (com Manuel Vason na Casa do Sol – Instituto Hilda Hilst em Campinas, SP, Brasil); B With People (com Marcelo Evelin na mala voadora.porto em Porto, Portugal); Laboratory Karawanasun (com Rena Mirecka no Instytut im.Jerzego Grotowskiego em Brzezinka, Polônia); Au Cœur du Son (com Jarosław Fret, Aleksandra Kotecka, Tomasz Wierzbowski, Jean-François Favreau e outros membros do Teatr ZAR na Arta Cartoucherie em Paris, França); História da performance no contexto das artes (com Mariana Brandão na Fundação Serralves em Porto, Portugal); Practical workshops of The Workcenter of Jerzy Grotowski and Thomas Richards (com Mario Biagini e Thomas Richards na Fondazione Pontedera Teatro e no Workcenter of Jerzy Grotowski and Thomas Richards em Pontedera, Itália); Odin Week (com Odin Teatret em Holstebro, Dinamarca); La Esencia del Actor a través del Movimento y La voz (com Yoshi Oïda no Estudio Dramático em Valência, Espanha); Interpretação (Método das Ações Físicas – Stanislavski e Grotowski) (com Celina Sodré no Studio Stanislavski no Rio de Janeiro, RJ, Brasil); Workshop com Gerald Thomas no SESC Consolação em São Paulo, SP, Brasil); entre outros.
Em 2014, sua obra Homenagem a Oscar Niemeyer integrou permanentemente o acervo da Fundação Memorial da América Latina (São Paulo, SP, Brasil) e, também nesse ano, com a obra El Minotauro #2, ganhou em terceiro lugar dentro da categoria PHOTOGRAPHY no 2014 EMERGING EROTIC ARTIST CONTEST da Tom of Finland Foundation (Los Angeles, Estados Unidos).
Organizou e traduziu, com Suianni Macedo, o livro Henri de Gissey de Paris: desenhista ordinário dos divertimentos e dos balés do Rei (1608 – 1675) de Anatole de Montaiglon e, atualmente, organiza a autobiografia Quinze anos de minha vida de Loïe Fuller, e, com Tales Frey, a catalogação Evocações da Arte Performática (2010-2013).
CURADOR | Tales Frey
TALES FREY (Catanduva-SP, Brasil. 1982) vive e trabalha entre o Brasil e Portugal. Artista performático, videoartista, crítico de arte e encenador, atualmente, está em fase de conclusão de um doutorado em Estudos Teatrais e Performativos pela Universidade de Coimbra em Portugal, onde desenvolveu a tese-projeto (Practice-led Research) “Performance e ritualização: moda e religiosidade em registros corporais”.
Fez Mestrado em Estudos Artísticos – Teoria e Crítica da Arte pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e uma especialização em Práticas Artísticas Contemporâneas pela mesma instituição. Sua graduação é em Artes Cênicas com habilitação em Direção Teatral pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, instituição onde manteve vínculo para cursar uma graduação em Indumentária na Escola de Belas Artes da UFRJ.
Apresentou trabalhos artísticos na Argentina, no Brasil, no Canadá, na China, em Cuba, nos Estados Unidos da América, na Inglaterra, na França, na Alemanha, na Malásia, no México, na Polônia, no Peru, em Portugal, na Sérvia, na Suécia e na Tailândia. Entre os principais eventos e espaços, exibiu uma videoperformance no Kuala Lumpur 7th Triennial – Barricade na Malásia, um filme no Short Fim Corner do Festival de Cannes 2011, uma performance durante o Rapid Pulse International Performance Art Festival na Defibrillator Gallery em Chicago e apresentou uma videoperformance no The Kichen em New York em 2012, entre outros. Em 2013, foi um dos selecionados para exibir uma performance, ao vivo, no Performance Platform Lublin na Polônia na Galeria Labirynt. Dentre as várias exposições coletivas e individuais, Tales mostrou “Moda e Religiosidade em Registos Corporais” na cidade de Guimarães no Centro para os Assuntos da Arte e da Arquitectura, SESC em Campinas-SP e SESC São José do Rio Preto; mostrou ainda a exposição “Orexia” no Barracão Maravilha na cidade do Rio de Janeiro. Apresentou a exposição “Beija-me” na Secretaria de Cultura de Catanduva-SP e no SESC Ribeirão Preto.
Entre 2013 e 2014, com Paulo Aureliano da Mata, realizou a MOSTRA PERFORMATUS #1 na Central Galeria de Arte em São Paulo, um workshop com Manuel Vason no Instituto Hilda Hilst em Campinas, além de promover uma série de residências artísticas para artistas de diversas localidades do Brasil através da Performatus em parceria com o instituto Hilda Hilst.
Alguns de seus trabalhos integram permanentemente acervos proeminentes tais como o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e o Instituto Municipal de Arte y Cultura de Puebla no México. Também, tem obras que integram permanentemente a Pinacoteca Municipal de Catanduva no interior de São Paulo.
Em 2015, foi convidado para expor na Bienal da Maia e foi selecionado para a 18ª Bienal Internacional de Arte de Cerveira.
“Artista revelação” no 18º Salão Contemporâneo pertencente ao Salão de Artes Plásticas de Catanduva com a obra À-Terra-Dor (2014), Tales é membro fundador da revista eletrônica Performatus e da Cia.Excessos e é autor do livro “Discursos críticos através da poética visual de Márcia X.” e organizador, com Paulo Aureliano da Mata, da catalogação “Evocações da Arte Performática” (2010-2013).
Projecto financiado por: