Quase Irresponsável, exposição de Bernardo Guedes

Encontros da Imagem

Inauguração 27.09, 17h | até 02.11

A  exposição  “Quase  irresponsável”  de  Bernardo  Guedes  convida-nos  a  explorar  uma  juventude  vivida  entre  a  euforia  e  a  introspecção,  capturada  através  de  uma  lente  que  revela  tanto  o  brilho  quanto  as  sombras  da  vida  noturna.  As  fotografias  de  Guedes  são  instantâneos  fragmentos  de  um  tempo  que  escapa,  onde  as  responsabilidades  são  quase  negligenciadas,  mas  não  completamente  esquecidas.  Estas  imagens,  tiradas  nos  últimos  anos  da  sua  época  académica,  são  testemunhos  de  uma  fase  em  que  o  autor  se  equilibra  na linha tênue entre a liberdade juvenil e a inevitabilidade das responsabilidades adultas.

A  abordagem  fotográfica  de  Bernardo,  evoca  o  estilo  do  lendário  Weegee,  o  fotógrafo  americano  conhecido  por  capturar  cenas  inesperadas  e  por  vezes  chocantes  da  vida  urbana.  À  semelhança  de  Weegee,  Guedes  utiliza  o  preto  e  branco  para  intensificar  os  contrastes,  recorrendo  a  enquadramentos  peculiares  que  amplificam  a  sensação  de  urgência  e  a  fugacidade  do  momento.  O  uso  do  flash  direto,  tal  como  em  Weegee,  não  é  apenas  uma  escolha  técnica,  mas  uma  declaração  artística  que  destaca  o  que  normalmente  se tenta ocultar, oferecendo um olhar cru e honesto sobre a realidade.

Cada  composição,  embora  despretensiosa  e  quase  improvisada,  carrega  uma  profundidade  que  nos  transporta  para  o  turbilhão  de  emoções  e  sensações  que  marcaram  a  juventude  do  artista.  Em  cada  fotografia,  sente-se  a  pressa  do  tempo,  a  efemeridade  das  experiências  e  o  paradoxo  de  uma  imortalidade  momentânea,  onde  o  presente  é  vivido  com  intensidade,  mas o futuro começa a insinuar-se com as suas inevitáveis exigências.

“Quase  irresponsável”  é  um  convite  a  refletir  sobre  a  tensão  entre  o  desejo  de  liberdade  e  a  aceitação  das  responsabilidades  que  marcam  a  transição  para  a  vida  adulta.  É  um  retrato  poético  e,  ao  mesmo  tempo,  brutalmente  real  de  uma  fase  da  vida  onde  a  imortalidade  parece possível, ainda que seja apenas uma ilusão passageira.

Almost Irresponsible

Bernardo  Guedes’  exhibition  “Quase  Irresponsável”  invites  us  to  explore  a  youth  lived  between  euphoria  and  introspection,  captured  through  a  lens  that  reveals  both  the  brightness  and  the  shadows  of  nightlife.  Guedes’  photographs  are  snapshot  fragments  of  a  time  that  slips  away,  where  responsibilities  are  almost  neglected,  but  not  completely  forgotten.  These  images,  taken  in  the  last  years  of  his  academic  career,  bear  witness  to  a  phase  in  which  the  author  balances  on  the  fine  line  between  youthful  freedom  and  the  inevitability of adult responsibilities.

Bernardo’s  photographic  approach  evokes  the  style  of  the  legendary  Weegee,  the  American  photographer  known  for  capturing  unexpected  and  sometimes  shocking  scenes  of  urban  life.  Like  Weegee,  Guedes  uses  black  and  white  to  intensify  contrasts,  resorting  to  peculiar  framing  that  amplifies  the  sense  of  urgency  and  the  fleetingness  of  the  moment.  The  use  of  direct  flash,  as  in  Weegee,  is  not  just  a  technical  choice,  but  an  artistic  statement  that  highlights what is normally tried to be hidden, offering a raw and honest look at reality.

Each  composition,  although  unpretentious  and  almost  improvised,  carries  a  depth  that  transports  us  to  the  whirlwind  of  emotions  and  sensations  that  marked  the  artist’s  youth.  In  each  photograph,  you  feel  the  rush  of  time,  the  ephemerality  of  experiences  and  the  paradox  of  a  momentary  immortality,  where  the  present  is  lived  with  intensity,  but  the  future  begins  to  creep in with its inevitable demands.

“Quase  Irresponsável”  is  an  invitation  to  reflect  on  the  tension  between  the  desire  for  freedom  and  accepting  the  responsibilities  that  mark  the  transition  to  adulthood.  It  is  a  poetic  and,  at  the  same  time,  brutally  real  portrait  of  a  phase  of  life  where  immortality  seems  possible, even if it is only a passing illusion.

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