Princesinha do Cerrado, Exposição de Hilda de Paulo
Princesinha do Cerrado
Exposição de Hilda de Paulo
Inauguração 9 de Janeiro 15h | até 20 de Fevereiro
Curadoria de Suzana Queiroga
Texto de Gabriela de Laurentiis
Frequentemente chamada de “Princesinha do Cerrado” nos anos de 1930, Inhumas-GO/Brasil é a cidade onde a artista transdisciplinar Hilda de Paulo nasceu e viveu até a sua adolescência e, nesta exposição, repleta de confissões que sublinham o caráter autobiográfico do conjunto de obras, a artista retoma um projeto não-concluído de autoficção para abordar a sua transexualidade e o modo como as sociedades lidam com os corpos dissidentes.
Nas suas livres investigações de cores em pinturas que aparecem tanto em suportes convencionais como de modo expandido, há referências a elementos da natureza apontando forças cósmicas, indicando a existência humana como uma pequena forma de vida num universo tão maior, justamente para enfatizar a interdependência entre tudo que há ao nosso redor.
Hilda de Paulo (Inhumas-GO, Brasil, 1987) vive e trabalha entre Portugal e Brasil. É artista, travesty e curadora independente, membra fundadora da Cia. Excessos e da eRevista Performatus, e organizadora e diretora da Mostra Performatus. Fez especialização em Artes Plásticas com percurso em Escultura e em Práticas Artísticas Contemporâneas, ambas na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em Portugal, e, na Faculdade de Letras dessa mesma universidade, licenciou-se em História da Arte. Tem integrado exposições coletivas nacionais e internacionais, e algumas de suas obras integram permanentemente o acervo de alguns museus, como o do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro-RJ, Brasil), o do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (Niterói-RJ, Brasil) e o da Fundação Memorial da América Latina (São Paulo-SP, Brasil). Participou das seguintes residências artísticas: Programa de Residências Despina (Rio de Janeiro-RJ, Brasil, 2019); Fjúk Arts Centre (Húsavík, Islândia, 2015-16); e Casa do Sol – Instituto Hilda Hilst (Campinas-SP, Brasil, 2014).
Suzana Queiroga vive e trabalha entre Lisboa e Rio de Janeiro. Atuante desde os anos de 1980, a artista trabalha com uma grande variedade de meios, incluindo vídeos, performances, instalações, infláveis, pinturas, desenhos e esculturas. Suas poéticas atravessam as questões do fluxo, do tempo e do infinito. Em suas obras de grandes dimensões, a experiência de expansão dos sentidos pode gerar espaços de imersão coletiva. Sua obra tem sido apresentada internacionalmente e obteve vários prêmios, no Brasil e em Portugal.
Gabriela De Laurentiis (1987) é artista visual e pesquisadora é autora do livro “Louise Bourgeois e Modos Feministas de Criar”. É graduada em Ciências Sociais na PUC-SP e mestra pelo Departamento de História Cultural na UNICAMP. Atualmente é Doutoranda no Programa de Pós-Graduação da FAU-USP, com uma pesquisa sobre Anna Bella Geiger.
Programa Paralelo da Exposição Princesinha do Cerrado
Exibição de Filme
6 de fevereiro de 2021, às 16h | Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura
Maria Luiza, Marcelo Díaz | Brasil, 2019, Doc., 80’, M/16
Sinopse: Maria Luiza da Silva é a primeira militar reconhecida como transexual na história das Forças Armadas brasileiras. Após 22 anos de trabalho como militar, foi aposentada por invalidez. O filme investiga as motivações para impedi-la de vestir a farda feminina e a sua trajetória de afirmação como mulher trans.
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=5At-PEGjnhI