It´s okay to be not okay

Exposição de Luize Gulbe

Abertura 15 de Maio / até 29 de Maio

A Luize é uma jovem artista que veio para o CAAA num programa Erasmus+ durante 9 meses, onde desenvolveu o trabalho que apresenta nesta exposição.

 

I have been here for almost eight months and during my stay I have experienced a lot. When I got here I was used to being around my friends, family and my partner, but then I realized that I am alone and I have to deal with difficulties on my own. I had to become my best friend and to truly discover what it is like to be me.

Due to the pandemic situation in Portugal I had a lot of free time, my hobbies became my work and I decided to challenge myself and to learn watercolour painting. Painting with watercolour was something otherworldly, I have always thought that it is one of the most difficult ways of painting, it requires different approach and even different emotional state, because every stroke, every colour and every proportion has to look fluent and precise at the same time. To take it even further I decided to do watercolour portraits.

Working here at the CAAA I have learned and discovered  a couple of things. One and the most important for me is the discovery that artists are human beings. Previously, in Latvia,  I was anxious around famous artists or poets, because everyone knew them and of course I wanted to also look good from their point of view. When I got here, to be honest, I didn’t know any of the artists or people in general, so I was myself and didn’t pretend to look better or different.

The exhibition “It’s okay to be not okay” focuses on the process of being. Whenever I couldn’t get it together I would tell this sentence to myself, I would try to accept that it is normal to feel bad and that it will pass. Before all of this, I knew that theoretically, but here I truly experienced not being okay at some points and accepting that. That is why I have exhibited all of the watercolour works I have created here. I show you the ones that I love and the ones that I would love to get rid of, so you could see the process of being okay and not okay.

/

Estou aqui há quase oito meses e durante esta minha estadia já experienciei muita coisa. Quando cá cheguei, estava habituada a estar rodeada de amigos, com a minha família, o meu parceiro, mas percebi que aqui estou sem companhia e tenho que lidar com as minhas dificuldades sozinha. Tive que me tornar a minha melhor amiga e descobrir quem sou realmente.

Devido à situação pandémica em Portugal, tive muito tempo livre. Os meus passatempos tornaram-se o meu trabalho e decidi desafiar-me e aprender a pintar com aguarela. Pintar com aguarela era para mim algo transcendental, uma das maneiras mais difíceis de pintar, que requer uma abordagem diferente e até um estado emocional diferente, pois cada pincelada, cada cor e proporção tem que ser fluído e preciso ao mesmo tempo. Levando o desafio mais longe, decidi fazer retratos a aguarela.

Trabalhando aqui no CAAA, aprendi e descobri algumas coisas. Uma, e a mais importante para mim, é que os artistas são seres humanos. Antes, na Letónia, sentia-me ansiosa quando estava com artistas e poetas famosos, pois eram conhecidos e eu queria causar-lhes boa impressão. Quando cá cheguei não conhecia nenhum dos artistas ou outras pessoas, então pude ser eu mesma, sem ter de parecer melhor ou diferente.

Esta exposição “It’s okay to be not okay” (É ok não estar ok) é sobre o processo do ser. Sempre que eu não conseguia concretizar algo, repetia esta frase para mim, tentando aceitar que é normal nos sentirmos mal e que tudo passa. Antes de tudo isto, esta ideia era apenas um conceito, mas aqui eu realmente experienciei não estar bem, aceitando. É por essa razão que decidi mostrar todas as aguarelas que pintei. Mostro as que adoro e as que gostaria de descartar, para que possam ver o processo de estar ok e não ok.

Comments are closed.